Alunos da Escola Estadual Senador Manuel Severiano Nunes, na zona oeste de Manaus, participaram, no dia 29 de novembro, da premiação do Projeto Bodó de Ouro, um festival de curta-metragem interdisciplinar da área das Ciências Humanas desenvolvido no 4° bimestre. Pelo menos 1.200 alunos dos turnos matutino e vespertino estão envolvidos nos processos de criação, elaboração de roteiros e edição.
Os filmes foram exibidos uma semana antes da premiação, para que a comunidade também pudesse votar nos indicados por meio de enquete na Internet.
Para o professor Roderick Viana, desenvolver uma atividade interdisciplinar é um desafio constante para os docentes. “Sem dúvida, a experiência foi muito desafiadora, pois é sempre um estímulo trabalhar os conteúdos de forma diferenciada, fora da rotina de sala de aula e centrada no protagonismo juvenil”, conta.
O festival é dividido em duas categorias: de um e dez minutos. A categoria de um minuto é alusiva ao Dia da Consciência Negra. Já a de dez minutos possui temáticas diversificadas da área das Ciências Humanas.
Categoria de um minuto – O filme “Eduardo Ribeiro” foi um dos vencedores na categoria de um minuto e relatou a trajetória do político amazonense Eduardo Ribeiro. “O tema principal do nosso projeto era explanar sobre a consciência negra e, com isso, pensamos em valorizar alguém importante e não só focar no racismo. No filme, a intenção era deixar bem explícito quem ele era e o que ele fez pelo Amazonas”, disse o criador do projeto, Lucas Araújo de Souza.
Outro curta-metragem que saiu premiado foi “Consciência”, do estudante Maick Gomes, do 2º ano, que fala sobre o racismo no Brasil. “Nosso filme trouxe uma reflexão sobre a questão do preconceito social e religioso em que o negro sofre no nosso País, entre estes, questões como a violência policial retratada em tantos episódios recentes”, afirmou Maick.
O estudante explica, ainda, que ganhar o Bodó de Ouro foi recompensador, pois reconhece toda a dedicação para a produção do filme. “Nós somos brasileiros, temos sangue de índio e do negro, então, ter esse reconhecimento é muito importante, pois eu percebi que o público entendeu a mensagem que eu estava tentando passar, sobre o orgulho negro”, explana.
Categoria dez minutos – O filme “Um código, uma escolha”, do aluno José Paulo, foi um dos premiados. Ele conta a história de Emilly Santiago (Brenda Raquel), uma universitária que teve seu destino selado por uma escolha que lhe colocou em uma encruzilhada entre o certo e o errado.
“O filme inicia com uma detenta sendo entrevistada por uma repórter, onde a mesma conta a sua história, na qual ela era uma universitária, estagiária em um banco digital e sua família tinha muitas dívidas. Por conta disso, ela fez uma escolha errada, que foi hackear a empresa em que trabalha, o que a levou à prisão e a fez passar por situações que ela nunca imaginou”, revela Paulo.
Já o segundo curta vencedor, intitulado “O poder da oportunidade”, conta a história de um jovem pobre da periferia, que, após passar por uma situação de dificuldade, viu-se obrigado a assumir a responsabilidade sobre a mãe e a irmã e a buscar uma nova oportunidade, mesmo em meios a inúmeras dificuldades no seu caminho.
O representante da turma, Ruan Silva, afirma que ter vencido ao lado dos seus colegas foi gratificante e emocionante. “Não esperávamos o prêmio, pois foi tudo muito em cima da hora. Mas, quando fomos para a final, tivemos a certeza de que venceríamos. Trabalhamos muito e toda a turma se esforçou, então, o prêmio foi merecido e todos nós ficamos e estamos muito felizes com o reconhecimento do nosso trabalho”, concluiu Silva.