Os atendimentos na tenda de acolhimento psicossocial ocorrem das 8 às 18h, e são realizados por assistentes sociais, psicólogos e técnicos de ambas as secretarias, que oferecem apoio aos familiares de pacientes internados e que incluem atendimento psicossocial, informações e agendamento e envio dos boletins médicos via telefone.
A familiar Yara Carvalho, 36, afirmou que durante a primeira onda de Covid-19 também atuou como voluntária no setor social do Hospital 28 de Agosto e que jamais se imaginou estando do lado oposto ao qual atuou antes.
“É um ato de extrema grandeza o que os servidores da saúde e voluntários fazem nesse momento, pois deixam o conforto do seu lar e se colocam em risco em prol de ajudar o próximo”, conta ela, que no ano passado se voluntariou para prestar auxílio e informações a familiares e acompanhantes. “E hoje eu estou aqui do outro lado, como acompanhante de um paciente internado, em busca das mesmas informações e auxílio que eu prestava no ano passado”.
A psicóloga da Seas, Tainá Mota Rodrigues, afirma que o atendimento psicossocial busca acalmar aquele familiar e interceder para que ele tenha todas suas dúvidas sanadas.
“Quando a gente consegue realizar uma videochamada ou o envio de uma foto, nós já acalmamos muito o familiar desse paciente, pois ele vê que seu ente querido está bem. Existem muitas informações desencontradas nas frentes dos hospitais, e o ideal é que eles sempre busquem informações nas tendas de apoio psicossocial”, afirmou a psicóloga.
A voluntária da UGPE, Francy Melry Carvalho, salienta que os familiares de pacientes internados sempre chegam aflitos e querendo informações sobre o estado de saúde dos seus parentes.
“As informações que os familiares mais querem saber nos primeiros atendimentos diz respeito ao estado de saúde do paciente internado, como a saturação, se teve uma melhora no quadro de saúde, o número do leito que o paciente está e onde que eles podem deixar pertences como roupas e materiais de higiene.
A voluntária ressalta que, em virtude do alto número de pacientes internados, todos os setores e os funcionários dos hospitais estão sobrecarregados, e diante dessa sobrecarga, os voluntários auxiliam as equipes médicas e o setor social do 28 de Agosto no repasse de informações e na recepção dessas famílias.
“É uma sensação gratificante o que nós servidores públicos e voluntários, sentimos nesse momento tão difícil que o mundo está vivendo, porque, ao amenizarmos um pouco a aflição que esses familiares sentem, nós nos sentimos úteis e mais humanos diante de tantas dores e perdas. A gente busca se colocar no lugar do familiar que nos procura, tentando entender e amenizar a angústia que essa pessoa sente no momento”, afirmou Melry.