O Projeto de Lei (PL) que cria a “Biblioteca Pública Virtual de Manaus Francisco Calheiros”, foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira (20/9). A lei de autoria do vereador Amom Mandel (sem partido) estabelece que o Poder Executivo Municipal disponibilize na rede mundial de computadores obras físicas de escritores locais e nacionais. “Além de uma justa homenagem ao grande professor Calheiros, a biblioteca vai permitir que todo o mundo, através da internet, consulte as obras dos nossos escritores e poetas. Ganha Manaus, ganha a educação, ganha a cultura”, comemorou o autor do PL, vereador Amom Mandel.Pedro Calheiros, filho do homenageado, comemorou a aprovação do projeto nas redes sociais. “Estou muito feliz. É uma forma de manter o legado dele para a história da nossa cidade”, disse Pedro.
Promulgado, agora o projeto segue para sanção do prefeito de Manaus. Cabe a prefeitura da cidade colocar em prática o que determina a nova lei.Sobre Francisco Calheiros
Francisco (Soares) Calheiros nasceu em Itacoatiara, no dia 29 de novembro de 1968. Filho de Maria de Nazaré Soares Calheiros. Não conheceu pai, que se recusou a assumir a paternidade da criança.
Para o jovem Francisco, ficar em Itacoatiara era não realizar seu maior sonho: ser médico. Foi então que em 1986 passou a morar em Manaus, onde concluiu o ensino técnico em contabilidade no tradicional Colégio Sólon de Lucena. A experiência foi traumática. Sem ter onde morar, passou a viver de favor na casa de um tio, cuja esposa tratava o jovem escritor com indiferença, humilhando-o e desrespeitando-o na sua condição de menino pobre vindo do interior. Sem nenhum recurso financeiro e vivendo de “bico”, ia para o colégio a pé, percorrendo os quase dez quilômetros que separam a escola do centro da cidade, nas proximidades onde morava. Pensou várias vezes em desistir, mas a determinação foi mais forte, superou a pobreza e todos os obstáculos que o provocavam a parar e voltar ao interior. Influenciado por Thiago de Mello, não se inscreveu no vestibular para Medicina, com grandes possibilidades de ser aprovado. Licenciatura Plena em Letras foi o curso escolhido. Aprovado no vestibular para o curso de Letras da UA, atual Universidade Federal do Amazonas, iniciou o curso em 1988, graduando-se em 1993.
No 4º período do Curso de Letras, passa a ser professor contratado da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), no Colégio Antenor Sarmento Pessoa. Já formado, é aprovado em concurso público para a mesma secretaria e exerce o magistério em várias escolas da rede pública de ensino, como o Instituto de Educação do Amazonas, Colégio Benjamim Constant, Castelo Branco, Padre Pedro Gisland, Valdomiro Peres Lustosa, Elda Bitton Telles da Rocha. Trabalhou em várias escolas e faculdades particulares de Manaus. Tornou-se muito conhecido como professor de cursos pré-vestibulares e ministrou aulas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no antigo Curso Camões, Castro Alves, Objetivo, Padrão. Antes de nos deixar, exercia o magistério no Curso Equipol, Curso Evolução e pertencia ao quadro docente do Centro Educacional Adalberto Valle.
Insatisfeito com o magistério, ingressa na Faculdade de Direito, mas nunca conseguiu abandonar o as salas de aula por inteiro, assumindo as duas profissões até o fim de sua vida. Como advogado, venceu o caso da pequena Isadora Thury (portadora de AME), obrigando a União a custear o remédio de R$12 milhões de reais.
Participou de vários CONPOFAIs (concurso de poesia falada realizado pela Airma por ocasião do Fecani, tendo obtido o primeiro lugar, em 1989, com o poema “Homens que aplaudem o meu discurso). Em maio de 2009, com um grupo de intelectuais, entre os quais Frank Chaves (historiador), Auricélia Fernandes (poetisa) Esther Araújo (educadora), ajuda a fundar a Academia Itacoatiarense de Letras, tendo sido eleito seu primeiro presidente.
Francisco Calheiros já publicou os seguintes livros: Provável Poesia (1996), Canções de Novembro e algumas preces (2007) e Quadro Negro (2012). Sua poesia tem muito de Thiago de Mello, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, seu autor preferido. Costuma dizer que como Manuel Bandeira teve a Rua da União, ele teve a Estrada Stone. Hoje seus poemas são conhecidos em vários estados brasileiros e são lidos em escolas, eventos e faculdades, além de serem citados como referência em várias obras e trabalhos universitários.
Francisco Calheiros é considerado por muitos como um dos grandes poetas que o Amazonas já teve. O escritor deixou a vida para entrar na história quando não resistiu a complicações de covid-19, após ficar internado em hospital de Manaus.
Texto: Assessoria de Comunicação do vereador
Foto: Divulgação
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